Há muito tempo você vem reclamando de uma dor na barriga. Seu pai te levou na emergência do hospital, você fez todos os exames e nada. Te levei a pediatra, ela fez todos os exames e nada. Comecei a desconfiar. Você começou a reclamar da dor com mais frequência e a pedir remédios. Desconfiei mais ainda. Comecei a pensar que, Deus que me perdoe, você estava viciando em remédio (como sua mãe). Pedi sua tia pra te vigiar, começamos a te dar placebo, suspeitamos de remédios desaparecidos. Minha cabeça a mil, já imaginando como iria abordar o tema, como iriamos nos tratar.
Ontem você dormiu na casa da sua tia, como faz toda segunda-feira. Hoje, as 7 da manhã, ela me liga dizendo que você passou mal a noite toda, com dor no corpo e febre. Liguei para sua pediatra e ela me aconselhou a levá-la ao hospital para que fizesse exame de urina e eliminar a possibilidade de infecção urinária. Fui até lá, te peguei e levei direto pro hospital. Chegamos no hospital as 9hs e saímos ás 16hs.
No hospital, a pediatra pediu exame de urina. Você fez, deu negativo. Nesse meio tempo sua febre aumentou, você foi medicada e ficamos aguardando ela passar. Nesse meio tempo, você reclamou de novo da dor na barriga e na cabeça. A médica disse que a dor de cabeça pode ser provocada pela febre e a dor na barriga talvez.
Fiquei encucada com isso e enquanto esperávamos, conversando com Sílvia pelo telefone, ela me deu a ideia de pedir que você fizesse um US Abdominal. Foi o que pedi assim que a pediatra nos chamou para ver como você estava.
Fomos fazer a US, o médico enquanto fazer o exame vai dizendo para a auxiliar o que ela deve escrever no laudo, em algum momento percebi que ele detectou alguma coisa, mas não perguntei o que era, deixei para a pediatra dizer.
Chegando o resultado, a pediatra nos chamou. "Lara tem ínguas no intestino. Provavelmente causadas por alguma infecção.". Atestado de 4 dias, remédio em caso de dor e febre, repouso. Chegava ao fim o mistério das suas dores. Saindo do hospital, mandei os resultados para a sua pediatra e ela confirmou que era isso mesmo.
Agora estou eu aqui, sentindo uma culpa sem fim por não ter acreditado em você, por não ter validado sua dor, quiça por não ter sido uma mãe mais atenta, mais amorosa, mais compreensiva...
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